Na sociedade das tecnologias de informação é urgente debater a necessidade dos indivíduos acederem à rede de uma forma generalizada para minimizar riscos de exclusão social, ou seja, evitar que o individuo não seja de capaz de acompanhar o progresso tecnológico da sociedade em que vive, hoje composta de redes reais e virtuais. A sociedade actual funciona na simbiose de ambas tecendo a economia e as relações humanas, fazendo nascer a cultura tecnológica do inicio do século XXI. A ideia de inclusão digital remete de imediato para as pessoas carenciadas sem possibilidades de adquirir equipamentos tecnológicos, além da preocupação em responder a esta necessidade, a inclusão digital procura garantir a acessibilidade de todos às tecnologias de informação.
A necessidade de dispositivos acessíveis a todos
Uma utilização democrática das tecnologias de informação só é de facto possível se todas as pessoas forem capazes de utilizar os dispositivos tecnológicos que o mercado nos oferece. A opção de utilizar ou não é uma escolha individual, independentemente da sua causa. A sociedade deve estar consciente que a aprendizagem de utilização dos dispositivos deve estar ao alcance de todas faixas etárias, sejam aqueles que nasceram na era touchscreen, sejam aqueles que nasceram antes do computador que não se familiarizaram ao longos das suas vidas com computadores e outros dispositivos. Uma aposta na aprendizagem redobrada nas faixas etárias mais avançadas é obviamente uma mais valia que a inclusão tecnológica pode trazer à inclusão social e até fortalecer laços intergeracionais em que os mais novos ensinam os mais velhos a utilizar a tecnologia que também é a do seu tempo. Há um longo percurso na garantia da acessibilidade tecnologia, por exemplo, neste momento no papel de usuária, apesar de ser uma pessoa aparentemente não portadora de deficiência, de facto tenho uma doença visual a tão comum miopia e astigmatismo que apesar dos óculos ou lentes de contacto os contrastes dos ecrãs são sempre grandes inimigos, basta ajustar os contrastes, esta pequena função permite uma utilização do dispositivo de uma forma mais confortável. Pequenos mecanismos que de facto fazem a diferença. Nesta linha de pensamento, considerando um usuário com mobilidade reduzida que tenha dificuldade em movimentar os membros superiores, a utilização de dispositivos com touchscreen torna-se uma tarefa complicada, é uma questão que a ergonomia tem que resolver a curto prazo, pois as teclas tendem a desaparecer e a simples função telefonar pode ser uma tarefa árdua para quem tem mobilidade condicionada. O dispositivo não pode ser o motivo da exclusão digital, mas sim um instrumento apelativo para os usuários utilizarem de uma forma intuitiva e eficaz.
A necessidade de interfaces acessíveis a todos
Ultrapassando os obstáculos do dispositivo, chegamos então à interface, dado fundamental para a aprendizagem necessária à inclusão digital. O ecrã e as suas dimensões, numa época que temos múltiplos ecrãs, a adequação a todos é uma problemática actual no desenvolvimento de interfaces, uma aplicação, um programa ou um website tem ou deve em teoria funcionar em todos os dispositivos, tarefa ainda mais complicada quando os gigantes Windows, Google e Apple entram numa luta feroz de concorrência de mercado. Contudo, um dos factores da sua cota de mercado está dependente exactamente disto, a utilização intuitiva e rápida da tecnologia, actualmente o tempo é um bem raro e a tecnologia serve para nos facilitar a vida.
Responsive web desing
A inclusão digital passa por um design de interfaces web intuitivo. O responsive web design é uma perspectiva que defende que a criação de interfaces web que devem responder ao comportamento do usuário, deste modo facilitando a interacção, independentemente do tamanho dos ecrãs e rotação dos mesmos. Na prática consiste em adaptar todo e qualquer website a todo e qualquer ecrã, sem necessidade de dimensionar um novo formato para cada tamanho de ecrã que entre no mercado. Claramente, o objectivo é tornar o site inteligente e adaptar-se automaticamente ao dispositivo e às preferências do usuário.
Responsive web é efectivamente uma perspectiva de inclusão digital respondendo aos anseios do utilizador.
É espectável que tal como o responsive web design, mais abordagens enriqueçam a inclusão digital. Novas abordagens capazes de garantir a acessibilidade das pessoas às tecnologias de informação começando por reduzir a iliteracia digital, garantir a acessibilidade das pessoas com mobilidade condicionada e outras condicionantes aos dispositivos.