Lançar um produto no mercado tem custos em termos físicos para além da produção. Há custos de distribuição, armazenagem, embalagem, etc.
Actualmente, o mundo (ou pelo menos grande parte dele) atravessa um ciclo de recessão económica em que para continuar a investir em inovação tem que se cortar custos nalgum lado. A “democratização” da Internet e da segurança ao se navegar nela coincidiu com o boom das chamadas lojas virtuais. Mas quando falamos de lojas virtuais estamos a falar, ainda assim, de lojas que ainda assim têm produtos que não podem ser digitalizados na sua fase final, ou seja, na posse do cliente final.
Então o que é a distribuição digital?
Distribuição digital é quando uma loja vende um produto que não existe fisicamente, mas apenas digitalmente. Estamos a falar dum livro, um filme, um videojogo, etc. Nunca de uma peça de roupa, de um telemóvel ou de um carro, por exemplo.
Qual a vantagem para as marcas?
Um produto digital pode ser quase equiparado a um “El Dorado” no que toca à comercialização de produtos. Tomemos um livro como exemplo. Suponhamos que o famoso autor Dan Brown escreve um novo livro no seu computador pessoal. No final, envia para a sua editora. Esta, normalmente iria imprimir várias cópias do livro, encaderná-las, distribuí-las para as lojas nos vários pontos do mundo, enfim toda a logística inerente ao processo.
Desta vez, a editora de Dan Brown vai adoptar outra estratégia. Ao receber o ficheiro digital do computador do autor, apenas vão criar uma capa digital para o livro e fazem um género de “encadernação” digital para o livro antes de o colocarem à venda no seu site. Agora, vejamos as diferenças. O livro só foi criado uma vez, não teve de ser expedido para nenhum lado antes de ser vendido, as lojas não têm custos de armazenagem, não há gastos na impressão.
Em vez disso, o livro foi escrito uma vez, colocado à venda e de cada vez que alguém o comprar, vai receber uma cópia digital do livro para ler no seu computador pessoal sem ter de esperar que o livro atravesse meio mundo de barco ou avião até sua casa.
Na óptica do consumidor, também há o ganho de receber um produto que não encareceu com os procedimentos que teriam de ser tomados para transformação física do produto.
Há desvantagens?
Certamente, que sim. Muitas pessoas ainda se encontram reticentes em fazer compras pela Internet. Isso é algo que afecta todo o mercado online e como tal, por consequência, o mercado dos produtos digitais. Embora efectuar compras pela Internet seja um processo razoavelmente seguro, é claro que haverá sempre perigos com os hackers e piratas informáticos a refinarem os seus esquemas. Mas, os criminosos do “mundo real” também estão em permanente actualização, não é verdade?
Depois, há outro entrave que poderá revelar-se bem grande para algumas pessoas. Intransponível, até. A maioria do tipo de produtos que podem ser comercializados em formato digital são também produtos com grande valor de posse e coleccionismo. Quem não gosta de olhar para uma estante cheia de livros? Ou com os maiores blockbusters do cinema em DVD ou Blu Ray? No formato digital, são apenas nomes num ecrã.
O futuro
Esta é uma tendência clara que tem sido seguida cada vez com mais importância. Talvez a primeira aposta forte tenha sido o iTunes da Apple, no mundo dos videojogos já começa a ser comum os jogos serem disponibilizados em formato físico e digital. É uma tendência em crescimento, e o futuro dirá como o problema do coleccionismo será contornado. Até lá é mais uma opção a ter em conta na hora de comprar.